quinta-feira, 12 de abril de 2012

Marly Bueno :atriz da Record e também trabalhou na Globo









Queremos ver lembrar dela sorrindo que encantou a gente assim como em quantas novelas,filmes e shows 


Assim  hoje  elas nos deixou nessa madrugada desta quinta (12), a atriz Marly Bueno, de 78 anos.

Ela estava internada no hospital Copa D’Or, no Rio de Janeiro, após realizar uma cirurgia de emergência devido a um problema intestinal. A causa da morte teria sido uma infecção hospitalar.

A atriz estava no ar na minissérie "Rei Davi", da Record, onde interpretava a vilã Ainoã, mulher do rei Saul.

De acordo com a família de Marly, o velório acontecerá no cemitério São João Batista, no Rio, nesta sexta-feira (13). Já o enterro será no sábado (14), em São Paulo, cidade onde ela nasceu.
Trajetória
Marly Bueno nasceu em 1933 na cidade de São Paulo. Ela foi a primeira mulher a aparecer na televisão brasileira ao lado da sua irmã Miriam Simone.

A atriz ficou conhecida nas décadas de 50 e 60 quando apresentou um programa em que viajava pelo Brasil e entre os anos 1975 e 1979 quando apresentou o concurso "Miss Brasil".

Na Globo ela trabalhou em várias novelas como "Mulheres Apaixonadas", "Páginas da Vida" e "História de Amor". Já na Record, na qual estava contratada, atuou em "Poder Paralelo" e na minissérie "Rei Davi".

                  

A sua historia e sua entrevistas ao Jornal Copacabana


Seja na tela da Record ou no Teatro Clara Nunes, Marly Bueno está sempre pronta para atuar. A carreira que começou por acaso, acompanhando a irmã Miriam Simone na TV Tupi, despertou o dom na menina de 15 anos.
Ao longo de 25 anos de casamento, apresentou o concurso de Miss Brasil e voltou à telinha em O Portador, em 1991. Depois do retorno, Poder Paralelo, Páginas da Vida, América, Mulheres Apaixonadas, Laços de Família, entre outros sucessos.
Marly Bueno declara amor ao bairro, fala sobre trabalho, carreira e vida em entrevista ao Jornal Copacabana. Confira!
Jornal Copacabana: Sua família é italiana, tipicamente tradicionalista. Você acabou seguindo a carreira artística. Conte sua história.
Marly Bueno: 
Toda minha família é italiana, preparavam as filhas para serem donas de casa, mas o meu pai era advogado, tinha uma cabeça diferente, queria que eu seguisse a carreira dele.
Minha irmã gostava mais de artista do que eu e fez um teste com Oduvaldo Vianna e passou. Meu pai mandava ir com ela, para que ela pudesse freqüentar “aquele ambiente”. Foi acompanhando a minha irmã que, aos 15 anos fui chamada para trabalhar ao lado dela. Minha irmã ainda pensou, mas o cachê era um valor que eu nunca tinha visto! Assinamos o contrato.
A TV estava começando no Brasil e a TUPI faria uma demonstração de como seria a TV no país. Montaram um switcher com as transmissões. Tinha uma esquete de como a imagem iria para o ar. Na trama, uma enfermeira perguntava ao engenheiro como aquilo funcionava. Miriam era a enfermeira e está com o engenheiro até hoje! (risos) Eu acabei seguindo a carreira. Depois fiz fotografias...
Então, Lolita Rodrigues, que esteve sempre comigo, Walter Fausto, Ribeiro Filho, me incentivaram a concorrer a Miss Televisão, fiquei insegura por serem artistas profissionais, mas acabei participando e fiquei em segundo lugar. Walter Fausto escreveu o texto e representando as atrizes, fiquei atrás da cantora de ópera Tânia Amaral.
Engrenei e fui convidada para fazer rádio com a Sarita Campos, na Excelsior. Logo depois fui para a Tupi. Legal que era tudo ao vivo!
Fiz um programa que adorei: Grandes Cartazes Internacionais! Apresentei os artistas que admirava! Depois o Clube dos Artistas, Melhores da Semana...
J.C.: E acabou atravessando fronteiras! Morou em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Recife...

M.B.: 
Eu trabalhava em três lugares em seis meses (São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, depois mais seis meses em outros três lugares), mas sempre morando em São Paulo, indo e voltando.
J.C.: Em Recife conheceu...
M.B.: 
O meu marido! (risos).
J.C.: E então acabou seguindo a linha da família?
M.B.: 
É, fizemos um acordo. (risos). Acabou sendo bom porque também fui executiva, trabalhando com Helena Rubinstein. É importante estar feliz no trabalho e eu gostava muito daquele que eu fazia com cosméticos e produtos de beleza.
J.C.: O elo com a profissão foi o fato de você ter apresentado o concurso de Miss Brasil por quase 15 anos?
M.B.: 
Foi. Era apenas uma vez ao ano! A primeira foi emocionante, fui muito aplaudida! (risos). Com o tempo, Paulo Marques, que “é meu irmão gêmeo”, entrou para apresentar. Descobrimos que nascemos na mesma hora, dia, mês e ano. (risos). Ficou ainda melhor apresentar.
J.C.: Como se sentiu ao voltar a atuar, depois de 25 anos?
M.B.: 
Com o fim do meu casamento, Herval Rossano convidou para fazer uma minissérie sobre AIDS, foi ali que voltei. A série foi muito cortada e a personagem acabou ficando pequena, mas foi bom ter voltado. Logo depois fui a mãe da Helena Ranaldi em Quatro Por Quatro, adorei! Aí fiz Felicidade, de Manoel Carlos e engatei mais cinco novelas. Adoro o Maneco! Ele escreve para o ator, de um jeito fácil de estudar e interpretar. Escreve com facilidade, é inteligente, culto e humano.
J.C.: Suas personagens tendem a ser rigorosas e não muito boazinhas.
M.B.: 
Em 2009 fiz Poder Paralelo, de Lauro Cesar Muniz, nessa eu era boazinha! (risos).
J.C.: Você prefere as vilãs?
M.B.: 
Gosto mesmo delas! (risos). Acho legal a mocinha, mas ela é sempre boazinha... São as principais, mas gosto de ser contraponto. As vilãs são fortes e mostram muito durante a trama, o ator aparece!
J.C.: Qual o seu próximo trabalho na televisão?
M.B.: 
Estou gravando a minissérie Sansão e Dalila, de Viviane Oliveira. O capricho é incrível! Fizemos aula de culinária, cerâmica, tear, porque a minissérie se passa antes de Cristo. Os mais jovens tiveram aula de dança... Tivemos que estudar muito.
Serei a mulher do rei, ruim pra burro! (risos). Vou chicotear muito escravo! (risos). O figurino é demais, estou apaixonada! Tudo feito com muito cuidado. Eu chego, tenho que tirar o esmalte! (risos).

J.C.: Seu contrato foi renovado?
M.B.: 
Ele termina no próximo ano. Adoro trabalhar na Record, é muito gostoso. As pessoas são gentis, ninguém fica berrando estressado, as pessoas são felizes, animadas e ninguém se julga melhor que o outro. Só tenho coisas boas a falar de lá. E ainda tenho vários amigos com quem trabalhei na Globo.
Acho importante ter mais de uma emissora com bons programas, não só para os atores, na questão de mais emprego, mas para toda a equipe e, principalmente, para o telespectador, que fica com mais opções.

J.C.: Existem mesmo aquelas personagens que o ator sente saudade? Acontece, realmente, de ter um carinho especial por um ou outro?
M.B.: 
Gostei de uma que eu fazia em TV de Vanguarda, adaptado por Valter Jorge Duarte, dirigido por Cassiano Gabus Mendes. Era uma amante de Napoleão Bonaparte, Maria Walesca, adorei fazer! Ele ia embora e me deixava com o filho. Eu, com uma capa de veludo... Essas coisas que a nossa mente fotografa! (risos).
Outra coisa que sinto falta na televisão são os musicais, balés e programas de suspense. Fiz Interurbano Por Favor, na TV Tupi. Era uma esquete de suspense, a mulher descobre que o marido é inocente minutos antes dele ser morto na cadeira elétrica. Se passa na década de 50, quando só a telefonista podia fazer a ligação. E ela enrola, enrola e o tempo vai passando... Quando ela consegue falar na casa do juiz, ele tinha viajado, ela passa poucas e boas para descobrir que ele está na estação de trem. Depois de várias tentativas consegue que parem o trem e, finalmente fala com o juiz. É um suspense até que ela recebe um telefonema e atende apreensiva, era o marido! Esse eu adorei fazer!

J.C.: E teatro? Está em cartaz?
M.B.: 
Em O Pacto da 3 Meninas, no Teatro Clara Nunes. Estamos reinaugurando o horário das matinês. (risos).
É um texto sério, que fala da solidão das mulheres de 70 anos. Elas ficam viúvas porque os homens morrem mais cedo e são esquecidas pelos mais jovens. A maioria dos jovens esquece a mãe, avó, só lembra quando precisa de alguma ajuda.
As três estudaram juntas no Sacre Coeur de Marie e fizeram um pacto de se reencontrarem 50 anos depois. O encontro é no casarão da personagem de Rosamaria Murtinho. Eu faço uma médica, ela é uma rica desquitada e a personagem de Camila Amado era casada, ficou viúva e ninguém da família a procura. Eu não sabia e acabei descobrindo que Hernesto Pícolo é um diretor encantador, tratou com carinho da história. Acabou se tornando uma comédia! (risos).
Até o fim de junho estamos às quintas, sextas e sábados às 18h. A partir de julho, apenas sábados às 18h. Estou adorando esse trabalho!
Teatro é como fazer televisão antigamente! Na TV é om, mas enlouquecedor, você vai e volta nos capítulos. No teatro a sequência é direta.

J.C.: E cinema?
M.B.: 
Adoro fazer cinema! Fiz A Mulher Invisível, Fica Comigo Esta Noite, Oriundi. Tem gente que fala que cinema demora, mas já sei que demora, levo meu tricô, um livro... Adoro! Nada em vista por enquanto!
J.C.: Vamos falar de Copacabana. Morou sempre em São Paulo, esteve em diversos lugares do Brasil e escolheu o Rio para viver. Por quê? E por que em Copacabana?
M.B.: 
Não saio de Copacabana! (risos). Tinha 13 anos quando vim pela primeira vez ao Rio e falei que moraria aqui. Acabei casando e fui para Pernambuco, São Paulo, até que viemos para o Rio. Meu ex-marido voltou para Pernambuco, tenho minha família em São Paulo e minha filha mora no Leblon, vive querendo me levar para lá, mas não dá! (risos). Estou aqui há muitos anos, são mais de 45! Não quero sair daqui. As pessoas me conhecem, eu as conheço... Tenho tudo perto de casa. Gosto de Copacabana!
J.C.: Acredita que o bairro possa ter melhorias com os preparativos para a Copa do Mundo e Olimpíadas na cidade?
M.B.: 
Gostaria que melhorasse o transito, que está cada vez pior, não tem vias de acesso. Para a Barra, por exemplo, é muito difícil. As ruas do Rio estão maltratadas. Quando me mudei para cá passava um carro que varria e lavava a rua, já não passa mais e era importante. As ruas estão sujas, muitos animais passando. Tudo bem que, hoje em dia, os donos limpam as fezes, mas o xixi continua. Seria bom que esse carro voltasse a passar.
Espero melhorias, principalmente, em Copacabana que é a Princesinha do Mar, tem uma praia linda, reconhecida mundialmente. É como a nossa casa, se não cuidarmos não adianta.
Pagamos IPTU, taxa de luz e as coisas não funcionam, isso é triste! As verbas são mal administradas. É triste ver onde chegou a política no Brasil. É muita ambição. O conforto está mal dividido. Ficou chato falar de política!
Tem “Bolsa” para tudo hoje em dia! Gostaria que tivesse “Bolsa Educação”, que é o que as pessoas mais precisam nesse país. A educação tem que funcionar, assim amenizará os outros problemas.

J.C.: O que gosta de fazer por aqui?
M.B.: 
Tudo! Tem tudo perto da minha casa: supermercado, jornaleiro, cinemas. Estamos carentes de cinemas no bairro, que tinha tantos, mas ainda temos o Roxy e o Joia.
J.C.: Como sonha ver Copacabana?
M.B.: 
Sonho poder deixar o carro aberto na porta de casa. Não sou paranóica, mas vejo o que acontece.
J.C.: Deixe seu recado para os leitores do Jornal Copacabana.
M.B.: 
É um Jornal de utilidade pública, com novidades do que está acontecendo no bairro e mostra muito sobre arte e cultura, importante para a minha categoria. Sempre pego o meu!

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